NOTÍCIAS

Presidente do CNJ destaca ações do Judiciário na abertura do Ano Judiciário de 2024
01 DE FEVEREIRO DE 2024


Na sessão solene de abertura do Ano Judiciário de 2024, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, apresentou um balanço de projetos e realizações do Judiciário e celebrou a boa relação entre os Poderes da República. “É uma bênção podermos fazer essa abertura do Ano Judiciário, sem termos nenhuma preocupação que não sejam as preocupações normais de um país: crescimento, educação, proteção ambiental e todos os outros valores que estão na Constituição e que nos unem”.

Projetos e realizações

No discurso, o ministro destacou importantes ações do STF e do CNJ já realizadas ou em andamento. Entre elas, a publicação do edital do primeiro Exame Nacional da Magistratura, que vai simplificar os concursos para juízes com a realização de uma prova anterior e unificando o conhecimento que se demanda de um juiz.

No campo da igualdade, o CNJ também passou a aplicar o modelo de promoção na magistratura por merecimento por paridade. Tanto a promoção quanto a convocação de novos juízes devem observar a alternância de gêneros. O ministro destacou que a medida foi articulada pela gestão da então presidente do CNJ ministra Rosa Weber. “Em todos os tribunais brasileiros, a promoção tem que alternar, se um juiz tiver sido promovido, a vaga seguinte, por merecimento, deve ser de uma juíza”, esclareceu.

Também foi instituído um programa de bolsas para candidatos negro à magistratura. O projeto, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, consiste na arrecadação de dinheiro na iniciativa privada para financiar bolsas de dois anos de R$ 3 mil por mês, para que possam se dedicar ao concurso e efetivamente preencherem as vagas. “E mudar a demografia do Poder Judiciário, fazendo com que ela corresponda melhor à sociedade brasileira”, disse.

Inovação

No plano da inovação, o ministro citou que, em novembro passado, o STF abriu edital de chamamento público para conhecer protótipos de soluções de inteligência artificial que permitam resumir processos judiciais, preservando suas informações principais. Ao todo, mais de 30 empresas, universidades e startups apresentaram propostas.

Um dos projetos em desenvolvimento é um programa capaz de resumir processos que chegam aos tribunais superiores, sob supervisão judicial. O programa apresenta um resumo com o fato relevante, as decisões de primeiro e segundo graus e as razões de recurso. “Isso abreviará imensamente o tempo que cada juiz tem que gastar no estudo do processo”, disse o ministro.

Comunicação

No campo da comunicação, o ministro destacou o lançamento do Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples, com o objetivo de “fazer com que o mundo jurídico seja menos hermético, em que a linguagem muitas vezes funciona como um instrumento de poder e exclusão de quem não tem acesso àquela chave de conhecimento”.

No STF, foi criado o documento “Informação à Sociedade”, com explicação simples do que foi decidido em cada julgamento, e está em andamento um projeto de padronização das ementas.

Sustentabilidade

No que diz respeito à sustentabilidade, há poucos dias o Supremo celebrou um acordo de cooperação técnica com o Exército Brasileiro para o desenvolvimento de projetos relacionados à implementação de planos de sustentabilidade ambiental. O acordo inclui a elaboração de projeto executivo para implantação de uma usina de energia fotovoltaica no Tribunal.

Além disso, o STF está em vias de contratar uma consultoria para promover a descarbonização máxima possível do tribunal. “Medir o que a gente gasta, reduzir o que for possível e compensar o que não for possível de reduzir”.

Produtividade

“Nunca se acessou tanto o Judiciário no Brasil”, enfatizou o presidente. De acordo com o Relatório de Justiça de 2023, foram propostas mais de 31 milhões de ações, um incremento de 10% em relação ao ano anterior. O Judiciário brasileiro lida com 84 milhões de processos.

Apesar dessa alta demanda, Barroso frisou que a produtividade do Judiciário aumentou em 10%. A Justiça do Brasil soluciona uma média de 79 mil processos por dia e, por magistrado, são baixados cerca de 1.787 processos. “Muitas vezes as pessoas focam apenas nos custos, sem se darem conta do imenso serviço que o Judiciário presta ao Brasil. Tirando a Amazônia, onde a presença das Forças Armadas é vital, o Judiciário é a instituição de maior capilaridade do Brasil”, observou.

O custo do Judiciário, segundo o ministro, é de R$ 116 bilhões. São 18 mil juízes e juízas, 272 mil servidores e servidoras e 145 mil colaboradores e colaboradoras. “O Judiciário arrecada cerca de 70% do que custa”, frisou.

Ainda sobre eficiência da Justiça, o ministro afirmou que os dois maiores gargalos do Judiciário ainda são os processos de execução fiscal e os de natureza previdenciária. “Temos trabalhado intensamente para superar esses congestionamentos com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em parceria com diferentes procuradorias”, pontuou.

Democracia

Por fim, Barroso celebrou a convivência harmoniosa entre os Poderes da República e a força das instituições. “A independência e a harmonia não significam concordância, nem que o Judiciário atenda necessariamente todas as demandas de qualquer um dos Poderes. Mas nós nos tratamos com respeito, consideração, educação e sempre que possível, carinhosamente”, disse.

Agência CNJ de Notícias, com informações do STF

Macrodesafio - Aperfeiçoamento da gestão administrativa e da governança judiciária

The post Presidente do CNJ destaca ações do Judiciário na abertura do Ano Judiciário de 2024 appeared first on Portal CNJ.

Outras Notícias

Portal CNJ

Justiça Federal da 3ª Região destina R$ 17 milhões para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
16 de maio de 2024

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), por meio das Varas Federais com competência criminal nos estados...


Anoreg RS

Anoreg/RS e Fórum de Presidentes divulgam lista de equipamentos doados pela Coopnore e disponíveis aos cartórios atingidos pelas enchentes
16 de maio de 2024

Os cartórios atingidos que necessitarem de algum dos equipamentos e móveis listados abaixo, podem contatar a...


Portal CNJ

Programa Justiça 4.0 com vaga aberta para trabalhar em Brasília
16 de maio de 2024

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) seleciona uma pessoa para o cargo de associado de...


Portal CNJ

Seminário destaca impacto das Tabelas Processuais Unificadas nas estatísticas da Justiça
16 de maio de 2024

Muitas são as possibilidades da aplicação das pesquisas empíricas no Poder Judiciário. Com base em...


Portal CNJ

Painel do CNJ permite acompanhar políticas de equidade e diversidade no Judiciário
16 de maio de 2024

A Justiça brasileira é composta por 18.424 magistradas e magistrados, de maioria branca (79,9%) e masculina...


Portal CNJ

Justiça do DF firma acordo pioneiro em benefício de pessoas em vulnerabilidade social
16 de maio de 2024

Nesta terça-feira (14/5), um acordo de cooperação técnica pioneiro no Brasil foi assinado entre o Tribunal de...


Portal CNJ

Pesquisa vai contribuir para a utilização de inteligência artificial no Judiciário
16 de maio de 2024

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou, na tarde desta quinta-feira (16/5), a pesquisa sobre a utilização...


Portal CNJ

Justiça Federal mineira promove campanha contra o assédio moral
16 de maio de 2024

Cumprindo a determinação da Resolução nº 351/2020, o Tribunal Regional Federal a 6ª Região (TRF6) realizou,...


Portal CNJ

CNJ abre inscrições para o Selo pela Linguagem Simples no próximo dia 20/6
16 de maio de 2024

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abre no próximo dia 20/6 o prazo para tribunais pleitearem o Selo Linguagem...


Portal CNJ

Corte IDH realiza audiências e reuniões em Brasília a partir de segunda-feira (20/5)
16 de maio de 2024

O Poder Judiciário brasileiro recebe, na próxima semana, visita da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte...